De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

UPATAKON 3 - Protestos chegam à sede de Pacaraima

08/04/2008

Autor: Andrezza Trajano

Fonte: Folha de Boa Vista




Manifestantes contrários à retirada de habitantes não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol realizaram protestos ontem na sede do Município de Pacaraima, fronteira com a Venezuela. Os manifestantes atearam fogo em pneus entre os prédios da Receita Federal e da Polícia Federal, a 100 metros da fronteira do Brasil com a Venezuela. Eles também ameaçavam jogar bombas no prédio da Polícia Federal. Uma pessoa foi presa.

Os protestos iniciaram por volta das 13h. Aproximadamente 150 manifestantes, a maioria moradores de Pacaraima, fecharam a fronteira com o bloqueio. De acordo com a Polícia Federal, um homem foi preso enquanto ameaçava explodir o posto da PF em um carro carregado de bombas caseiras e dinamites.

O protestou deixou a população temerosa. A aposentada Regina Alves disse que os moradores viveram horas de pânico. "Os manifestantes passaram com um carro de som mandando os comerciantes fecharem as portas, caso contrário, iriam saquear os comércios. Eles também mandavam os moradores irem para suas casas. Estamos desesperados", relatou.

O estudante Carlos Pontes também afirmou que um carro de som dava o "toque de recolher". "O carro de som mandava as pessoas irem pra casa e anunciava que depois da manifestação na fronteira os manifestantes iriam quebrar a sede da Prefeitura", disse.

Pontes falou ainda que durante o bloqueio os manifestantes fazem coquetéis molotov no local e ameaçam jogar nos policiais. Ao mesmo tempo eles teriam chegado a arremessar pólvora nos policiais.

Por telefone, o comerciante Jardel Dantas contou que estava na Venezuela realizando compras quando as manifestações começaram. Comentou que o momento que Roraima vive "é de total descaso dos governantes".

"Isso é um absurdo, quero voltar ao meu país e não tenho como. Tudo nesse país é feito para dificultar nossas vidas. Tive que deixar o meu carro do lado venezuelano e atravessei a fronteira a pé. Ainda não sei como vou voltar para casa", lamentou.

Devido às ameaças, o vice-prefeito Roberto Aragão (PMDB) disse que o comércio foi fechado, as aulas suspensas e o expediente na Prefeitura encerrado. "Essas medidas foram tomadas como forma de garantir a segurança da população. Não sabemos qual é o limite dessas pessoas", explicou.

Com a manifestação, o prefeito de Pacaraima, Francisco Roberto do Nascimento (PT), veio para Boa Vista. O prefeito teve sua casa roubada no mês passado e tem sido vítima constantemente de ameaças de morte.

Até o fechamento desta edição, às 19h40, os manifestantes permaneciam em Pacaraima com o bloqueio.

Manifestantes fazem trincheira em Surumu

Segundo o tuxaua do Distrito de Surumu, José Brasão, as manifestações na região permanecem. Mais indígenas de comunidades vizinhas teriam chegado ao Surumu, porta de entrada para a Raposa Serra do Sol, com a finalidade de se unir aos manifestantes, na manhã de ontem.

Nesta segunda-feira foram feitas sete trincheiras e hoje deve ser feita mais uma. A medida serve para que os manifestantes possam se "defender" dos policiais federais. "Só atacaremos se nos atacarem e estamos prontos para revidar à altura", ameaçou.

Coordenador da Upatakon 3 chega à Capital e armamentos são transferidos

O coordenador-geral de Defesa Institucional da Polícia Federal, Fernando Segóvia, chegou ontem a Roraima. Segundo a Assessoria de Comunicação da PF, de imediato ele se reuniu com a equipe de policiais que está organizando a Operação Upatakon 3 para se interar da situação. O coordenador só vai embora depois que a retirada de habitantes não-índios da Raposa Serra do Sol for concluída.

Ontem pela manhã, os armamentos que serão utilizados pelos policiais na desintrusão foram transferidos do auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal para um depósito da instituição em lugar não revelado. A medida tomada foi por "uma questão de logística e para facilitar o armazenamento até a retirada dos não-índios", disse a Ascom da PF.

A Polícia Federal recebeu na semana passada armamento especializado em combate armado, com escudos e armas de choque, spray de pimenta, munição de borracha, granadas, fuzis e outros armamentos também letais, além de veículos blindados.
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.